(Cidade da Régua)
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Assassino de Passagem
Quando não existia tecnologia o mundo vivia em harmonia, não era prejudicado por nenhuma acção dos seres vivos que nele habitavam.
O homem ainda não habitava a Terra, mas quando surgiu, foi o começo da morte do planeta.
Antes, ele não prejudicava o meio ambiente, apenas matava para comer, como todos os outros seres vivos.
Mas, em algum momento, tudo evoluiu e infelizmente o homem começou a pensar, imaginar muito além daquilo que ele tinha, ou como ele vivia.
Surgiu a tecnologia, o botão para a destruição a prazo do planeta.
Por consequência dela, o homem foi desenvolvendo cada vez mais e criar aparelhos electrónicos fantásticos, que encantou os olhos das pessoas e fez esquecer a beleza da natureza, de como é bom respirar um ar puro, escutar o barulho que o vento faz ao balançar as árvores.
Tudo isso foi trocado por buzinas, um céu cinza e rios podres. O homem ficou cego e surdo e só vai perceber realmente, que estragou a vida no planeta quando não ter mais o que comer e beber.
Ele se achou superior a tudo e a todos os seres vivos da Terra, mas é o mais ignorante e egoísta, logo vai morrer, pois não aguentará as consequências dos danos causados por ele mesmo.
Os pequenos seres, insignificantes, assim julgados, serão os que habitarão a Terra e agora será o homem o ser pequeno e extinto.
(Flávia Basílio)
(Arganil)
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PEDRAS OU SEMENTES
Ao sair para uma longa caminhada em lugar desconhecido,
Não jogue pedras na esperança de marcar o seu caminho de volta.
Depois de um tempo, a poeira e areia do caminho
Vão cobrir essas pedras.
Por isso, quando você voltar
Não vai ver pedras no caminho.
Você só vai perceber que têm pedras no caminho,
Quando pisar em uma delas.
Logo essas pedras não vão marcar o seu caminho,
Vão marcar você.
Essas pedras vão marcar você,
Machucando e ferindo seus pés.
Na verdade pedras são mágoas e ressentimentos
Que deixamos pelo caminho.
Jogue sementes ao longo do caminho.
Porque, quando você voltar,
Vai encontrar árvores
Que servirão de sombra
Para que você descanse na longa caminhada de volta.
Sementes que vão produzir árvores.
Árvores que, além de sombras,
Produzirão frutos.
Jogue a semente do amor,
Que vai produzir frutos.
Os frutos do amor são:
Carinho e compreensão.
Jogue a semente da paz,
Que vai produzir frutos.
Os frutos da paz são:
União e tranquilidade.
Jogue a semente da esperança,
Que vai produzir frutos.
Os frutos da esperança são:
Longanimidade e fé.
Sementes vão marcar a sua caminhada com frutos.
Pedras não vão marcar sua caminhada,
Vão deixar marcas em você.
(Nilson Soares)
Linha do Douro (Régua)
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TREM DA VIDA.
Há algum tempo atrás, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma leitura extremamente interessante, quando bem interpretada.
Isso mesmo, a vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em outros.
Quando nascemos, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que julgamos, estarão sempre nessa viagem connosco: nossos pais. Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível... Mas isso não impede que, durante a viagem, pessoas interessantes e que virão a ser muito especiais para nós, embarquem.
Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos.
Muitas pessoas tomam esse trem apenas a passeio. Outros encontrarão nessa viagem somente tristezas. Ainda outros circularão pelo trem, prontos a ajudar a quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por ele de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém nem sequer percebe.
Curioso é constatar que alguns passageiros que nos são tão caros acomodam-se em vagões diferentes dos nossos; portanto, somos obrigados a fazer esse trajecto separados deles, o que não impede, é claro, que durante o trajecto, atravessemos com grande dificuldade nosso vagão e cheguemos até eles... Só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já terá alguém ocupando aquele lugar.
Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas... Porém, jamais, retornos. Façamos essa viagem, então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor, lembrando, sempre, que, em algum momento do trajecto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos entender porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá.
O grande mistério, afinal, é que jamais, saberemos em qual parada, desceremos muito menos nossos companheiros, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.
Eu fico pensando se quando descer desse trem sentirei saudades... Acredito que sim. Me separar de alguns amigos que fiz nele será, no mínimo dolorido. Deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos, com certeza será muito triste, mas me agarro na esperança que, em algum momento, estarei na estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram... E o que vai-me deixar feliz, será pensar que eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.
Amigos; façamos com que a nossa estada, nesse trem, seja tranquila, que tenha valido a pena e que, quando chegar a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem.
(Silvana Duboc)
Imagem do Douro (Régua)
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A montanha e o lago
É um lago azul, tranquilo, pequenino,
Sereno, cristalino,
Bem ao pé da montanha distante, onde o vê...
Da sua superfície sempre calma
Nada perturba a suave placidez
De súbito, uma pedra vem rolando
E sobre as águas cai...
Uma onda, uma outra mais se vão formando
E em círculos concêntricos crescendo, aumentando,
Chegam até as bordas, e a primeira
transborda... E sai...
A alma da gente é assim, é como um lago
Bem ao pé da montanha do destino,
Com a sua superfície transparente...
Vem a pedra rolando e a água perturba,
Os círculos se vão formando, vão crescendo,
E de repente,
As lágrimas transbordam uma a uma
Pelos olhos da gente
(Beto Barion)
Piodão (Arganil)
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Canção da tarde no campo
Caminho do campo verde
Estrada depois de estrada.
Cerca de flores, palmeiras,
Serra azul, água calada.
Eu ando sozinha
No meio do vale.
Mas a tarde é minha.
Meus pés vão pisando a terra
Que é a imagem da minha vida:
Tão vazia, mas tão bela,
Tão certa, mas tão perdida!
Eu ando sozinha
Por cima de pedras.
Mas a tarde é minha.
Os meus passos no caminho
São como os passos da lua;
Vou chegando, vai fugindo,
Minha alma é a sombra da tua.
Eu ando sozinha
Por dentro de bosques.
Mas a fonte é minha.
De tanto olhar para longe,
Não vejo o que passa perto,
Meu peito é puro deserto.
Subo monte, desço monte.
Eu ando sozinha
Ao longo da noite.
Mas a estrela é minha.
(Cecília Meireles)
Piodão (Arganil)
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Se…
Se você precisar de descanso,
Não descanse muito mais que o necessário,
Porque ferro parado enferruja,
Água estagnada apodrece…
E, além disso, talvez, mais tarde, lhe falte tempo
Para terminar a tarefa da existência,
E é trágico demais morrer inacabado…
Se você for alegre e feliz,
Não ria alto demais,
Para que sua gargalhada
Não vá tornar mais doloroso
O gemido de alguém,
Na casa ao lado…
Se nas dores você soluçar,
Faça-o baixinho, bem no fundo,
Bem lá dentro,
Para não apagar algum sorriso
No semblante de alguém,
No andar de cima…
Se você escorregar, na estrada da existência,
E até mesmo cair de uma vez
Não fique deitado no solo,
Clamando pelo destino
Porque lhe falta ainda muito chão,
Muito caminho para andar
E, além disso, você só vai atrapalhar
A passagem dos outros.
E, se é triste cair, muito mais triste ainda
É arrastarmos alguém na nossa queda…
Se algum dia, talvez, você perder a linha
E der vazão ao grito, à cólera, à revolta,
Com ganas de quebrar o mundo ao seu redor,
Não quebre tudo, amigo, por favor.
Porque atrás de você vem muita gente ainda
Que deseja encontrar tudo inteiro e belo…
Se você encontrar a semente ou muda
Do raro arbusto da felicidade,
Não vá plantá-lo em seu quintal todo cercado,
Mas sim ao lado de um caminho frequentado
Para que muitos possam descansar à sua sombra
E comer seus frutos, sem pagar…
Mas se encontrar apenas o caminho
Que leva a essa árvore bendita…
Não vá por ele sozinho!
Fique bem à entrada dele
Com um braço estendido
Assim… como uma flecha,
Apontando e dizendo:
É POR AQUI !…
(Autor Desconhecido)
Felicidade
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Só a leve esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada:
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.
O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.
Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa, que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.
(Vicente de Carvalho)
Quem sou eu!
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Pássaro livre de voos altos e plenos, mas que sabe reconhecer seu ninho de qualquer altura.
Que compartilha alegrias e porque não dizer tristezas, pois elas fazem parte dessa vida.
Pássaro que sabe correr dos inimigos para não interromper a alegria de seu voo, mas que sabe enfrentar se for preciso!
Voa muito, mas nunca o suficiente para se perder, pois tudo que precisa tem em seu ninho.
Passa pelo inverno com muita força de vontade, assim como o noivo que espera sua amada ansiosamente no altar, na frente de todos, trespassado de vergonha e nervosismo, o pássaro fica ali esperando o grande sol aparecer no horizonte, como a noiva que atravessa a igreja.
Para ele ser um pássaro é tudo e nada é vento no rosto e chuva no corpo, mais acima de tudo e todos, ele é livre….
Sentir-se um pássaro é fácil o complicado é passar por essas dificuldades e mesmo assim não perder a leveza.
(Fernanda de Ramos)
O velho pedreiro
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Um velho pedreiro que construía casas estava pronto para se aposentar.
Ele informou o chefe, do seu desejo de se aposentar e passar mais tempo com sua família. Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente queria se aposentar.
A empresa não seria muito afectada pela saída do pedreiro mas o chefe estava triste em ver um bom funcionário partindo e ele pediu ao pedreiro para trabalhar em mais um projecto como um favor.
O pedreiro não gostou mas acabou concordando. Foi fácil ver que ele não estava entusiasmado com a ideia. Assim ele prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando materiais inadequados.
Foi uma maneira negativa dele terminar a carreira. Quando o pedreiro acabou, o chefe veio fazer a inspecção da casa construída. Depois deu a chave da casa ao pedreiro e disse:
"Esta é a sua casa. Ela é o meu presente para você".
O pedreiro ficou muito surpreendido. Que pena! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito tudo diferente….
O mesmo acontece connosco. Nós construímos nossa vida, um dia de cada vez e muitas vezes fazendo menos que o melhor possível na sua construção.
Depois, com surpresa, nós descobrimos que precisamos viver na casa que nós construímos. Se pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos tudo diferente.
Mas não podemos voltar atrás.
Tu és o pedreiro. Todo dia martelas pregos, ajustas tábuas e constróis paredes. Alguém já disse que:
"A vida é um projecto que você mesmo constrói".
Tuas atitudes e escolhas de hoje estão construindo a "casa" em que vai morar amanhã. Portanto a construa com sabedoria!
E lembre-se:
Trabalhe como se não precisasse do dinheiro. Ame como se nunca tivessem, lhe magoado antes. Dance como se ninguém estivesse olhando.
(Autor desconhecido)
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Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egipto, com o objectivo de visitar um famoso sábio.
O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros. As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.
Onde estão seus móveis? - Perguntou o turista. E o sábio, bem depressa, perguntou também: E onde estão os seus...? Os meus?! - Surpreendeu-se o turista - mas eu estou aqui só de passagem! Eu também... - Concluiu o sábio.
"A vida na Terra é somente uma passagem... No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente, e esquecem de ser feliz."
(FenixFaustine)
Ponte do Infante
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Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
(Fernando Pessoa)
Guindais....
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Hoje estava na Cidade e vi um empresário abraçar um mendigo. Logo depois assisti na TV que Israel e a Palestina entraram em paz. Também hoje descobriram a cura da SIDA e esta está sendo distribuída de graça. Quase agora o governo Chinês acabou com a censura no seu País. A Coreia do Norte e do Sul se uniram para acabar com o sofrimento do seu povo. Nesse momento os Islâmicos extremistas declararam paz ao ocidente e o ocidente aceitou sem nenhum interesse escuso. Nesse momento todos os habitantes do planeta se consciencializaram que devem proteger o planeta de si mesmos e de todas as suas indústrias, poder e egoísmo. Os ricos doaram um terço de suas riquezas para acabar com a fome nos países pobres. Todos os países que tinham desenvolvimentos de armas atómicas assumiram suas pesquisas e acabaram com essa loucura. No Brasil acabou a corrupção. No Rio de Janeiro a violência também teve fim. Não há mais fome, nem analfabetismo no planeta. Todos têm direitos iguais. E o acesso à educação e cultura é igual para todos. Tudo isso aconteceu hoje. Hoje enquanto estava sonhando….
(Jeferson Souto)
Pontes D. Maria Pia e São João
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Retrato do poeta quando jovem
Há na memória um rio onde navegam
Os barcos da infância, em arcadas
De ramos inquietos que despregam
Sobre as águas as folhas recurvadas.
Há um bater de remos compassado
No silêncio da lisa madrugada,
Ondas brancas se afastam para o lado
Com o rumor da seda amarrotada.
Há um nascer do sol no sítio exacto,
À hora que mais conta duma vida,
Um acordar dos olhos e do tacto,
Um ansiar de sede inextinguida.
Há um retrato de água e de quebranto
Que do fundo rompeu desta memória,
E tudo quanto é rio abre no canto
Que conta do retrato a velha história
(José Saramago)
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Cidade de gente importante,
Uma Cidade que permanece radiante
De montante a jusante brilhante.
Uma Cidade com vida,
Em que vemos uma grande Nação
Nos alicerces bem construída.
Possuidora de uma das Universidades
Mais belas do mundo, mas contudo.
Aqui feitos grandes Doutores,
Escritores, e sabedores.
Ai não sei o que seria de mim!
Se esta Cidade não existisse
Eu não estaria aqui neste mundo.
Não estaria a escrever, hoje, neste dia.
E na sociedade a que pertenço sentir-se-ia
Em parte vazia sem conhecer este nobre Português.
Que Deus fez, refez, no fundo modelou, e falou:
Tu és quem és por que mereces ser, seja o que quer
Que fores pensa nas consequências, nas sequências
Dos teus actos mas não te esqueças honra os teus Antepassados, para que estes não se sintam mal, com tal
Degenerado, que em vez de aprimorar a sua família,
Preferiu estragá-la e acabá-la.
Não te esqueças Renato deves muito a este país,
Mas também a ti mesmo, não te esqueças,
Se continuares assim, se depender de mim serás o que tu Quiseres ser, e assim irás permanecer no futuro feliz,
E irás, como sabes, ser sempre um aprendiz
Com catividade, originalidade nas letras e nos sons
Pois como sabes te oferecem dons.
Coimbra Cidade de Doutores, Engenheiros e de gente
Sapientíssima quer de história, quer de ciências.
Cidade de humilde e de gente forte.
Faz este país forte a Norte, ao Centro e ao Sul,
Gente rodeada de Cultura, de muito boa Literatura.
(Renato Alexandre dos Santos Freitas)
Ponte Luiz I
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A Cidade é um chão de palavras pisadas
A palavra criança a palavra segredo.
A cidade é um céu de palavras paradas
A palavra distância e a palavra medo.
A cidade é um saco, um pulmão que respira
Pela palavra água pela palavra brisa
A Cidade é um poro, um corpo que transpira
Pela palavra sangue pela palavra ira.
A Cidade tem praças de palavras abertas
Como estátuas mandadas apear.
A Cidade tem ruas de palavras desertas
Como jardins mandados arrancar.
A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.
A palavra silêncio é uma rosa chá.
Não há Céu de palavras que a Cidade não cubra
Não há rua de sons que a palavra não corra
À procura da sombra de uma luz que não há.
(José Carlos Ary dos Santos)
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Há quem passa... E deixa só cicatrizes.
Há quem passa... Semeando flores.
Há quem passa... Banhando-nos em lágrimas.
Há quem passa... Disposto a secá-las.
Há quem passa... Torcendo por nossa vitória.
Há quem passa... Aplaudindo nossos fracassos.
Há quem passa... Ajudando-nos a levantar.
Há quem passa... Fazendo-nos cair.
Há quem passa... Como sombra.
Há quem passa... Como luz.
Há quem passa... Como pedra no caminho.
Há quem passa... Como pedra de construção.
Há quem... Para todo deslize vê uma falha irreparável.
Há quem... Nos oferece o perdão.
Há quem... Ignora nossos erros.
Há quem... Nos ajuda a corrigir.
Há quem passa... Rápido, veloz, despercebido.
Há quem... Deixa marcas profundas.
Há quem... Simplesmente passa.
Há, porém, quem... Fica para sempre no nosso coração!
Você está no meu!!!!! Beijos
(Desconheço o Autor)
Ponte Pênsil da Barca (Trofa) - 1858, Desaparecida a 15/01/1935 - -Reprodução da autoria de Alberto Lima
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Eles
Eles tentaram nos impedir
A passagem pela ponte
Travando palavras e desenvolvimento
Nesta boa busca
Na estrada do melhor horizonte
Eles tentaram sem sucesso
Fragilizar nossas defesas
Superiores a cada momento
De ataques e incertezas
Eles são tão fracos
Pobres almas adormecidas
Em sentimentos menos nobres
Continuarão eternas desmerecidas
Eles seguirão cegos
Enquanto nós, vacinados
Seguiremos outras direcções
Imunes, livres e adiantados
(William Contraponto)
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Gaivota, trazida pelo vento,
Corta o ar, envolta em brumas.
De tão leve aninha as plumas
E faz o mar unir-se ao firmamento.
Lança-se em vão no infinito,
Envolve-nos em sua dança.
Exibe-se com graça e avança
Ruflando as asas de um modo tão bonito
E da janela observo tudo á volta
Mas o que mais me encanta é a gaivota
No seu voo alto e fiel.
Pássaro de brancura alva
Feito um brilho de estrela-d’alva
A desenhar pela manhã a flor do céu.
(Luciana Mara Ribeiro)
Fonte Luminosa no Centro de Viseu
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Agora, tudo acabou...
A fonte secou
A luz se apagou
A cortina fechou
A taça quebrou
De nós, o que restou
O corpo quebrado
O sonho acabado
O coração calado
Um dia, tudo termina
A alma confina
A tristeza do coração
A dor da ilusão
O coral termina a canção
E agora, tudo acabou...
A promessa quebrou
A solidão que restou
No corpo caído
Coração sem sentido
Que quisera sonhar
Que quisera amar
Que ousou se entregar
Mas agora, tudo acabou
A hora passou
A alegria, a tristeza levou
De nós o que restou
Um anjo caído
De asa quebrada
Coração partido
E alma despedaçada.
(Francene Arnaut)
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Vejo pessoas acorrentadas na rotina
Outras atrás das grades
Algumas em busca da sobrevivência
Outros só atraem vaidade!
Pessoas se corrompendo por dinheiro
Umas juntando rancor, má-fé, vingança... Desespero!
Alguns desistindo de ter vida
Outros vivem até demais... Experiência com sabedoria!
Tantas pessoas ao nosso redor passam até despercebidas.
Tudo porque a paz já não existe
Agora "tudo" tem final triste!
Tantos génios já se foram
Tantas vozes se calaram
O bom da música acabou... Meu ouvido se isolou!
Relembrar e reviver é o que restou!
A felicidade foi morar longe
O amor se encontra velho, frio, onde se esconde?
E a verdadeira "VIDA"? Foi parar aonde?
Vou procurar, fazer de tudo para beber dessa fonte.
Vejo cultura se degradar lentamente
O povo nem quer mais saber da mente
A natureza some rapidamente... Ah! Que vergonha é essa?
Creio que seja a má administração do homem que só tem pressa
Estamos perecendo num mar de hipocrisia
Onde se deposita o voto no bolso do político vigarista.
O ar!? Já não respiraremos
Água!? Já não beberemos
E quem riu do nordeste
Vai virar "Cabra da Peste"
Calor vai ter de monte, vão morar debaixo da ponte
Ah?! Não é lugar digno? Por quê na hora de poluir deu risada e jogou o lixo?
Agora descerão lágrimas de arrependimento, da sociedade que só soube pensar em dinheiro
Dinheiro agora não será água, comida, nem casa!
Vai ficar vagando com sua família no meio do nada...
Infelizmente.
Cada um, caminha junto com a quebrada!
(Cauê Drumond)
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Talvez não ser,
É ser sem que tu sejas,
Sem que vás cortando
O meio-dia com uma
Flor azul,
Sem que caminhes mais tarde
Pela névoa e pelos tijolos,
Sem essa luz que levas na mão
Que, talvez, outros não verão dourada,
Que talvez ninguém
Soube que crescia
Como a origem vermelha da rosa,
Sem que sejas, enfim,
Sem que viesses brusca, incitante
Conhecer a minha vida,
Rajada de roseira,
Trigo do vento,
E desde então, sou porque tu és
E desde então és
Sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...
(Pablo Neruda)
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A lua, a praia, o mar
A rua, a saia, amar...
Um doce, uma dança, um beijo,
Ou é a goiabada com queijo?
Afinal, o que faz você feliz?
Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde,
Arroz com feijão matar a saudade...
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis
Ou são os sonhos que te fazem feliz?
Um filme, um dia, uma semana
Um bem, um biquíni, a grama...
Dormir na rede, matar a sede, ler...
Ou viver um romance? O que faz você feliz?
Um lápis, uma letra, uma conversa boa
Um carinho, café com leite, rir à toa,
Um pássaro, ser dono do seu nariz...
Ou será um choro que te faz feliz?
A causa, a pausa, o sorvete,
Sentir o vento, esquecer o tempo,
O sal, o sol, um som
O ar, a pessoa ou o lugar?
Agora me diz,
O que faz você feliz?
(Pão De açúcar)
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Dói mergulhar em um retracto
E lembrar-se de um tempo
Que o vento levou
Dói assistir o passado
Com a lembrança do lado
Com a dor do que já passou
Porquê, que tem que ser assim
Porque o passado não volta para mim
Porque eu não sou mais quem achei ser
Porque o relógio parou de tocar
Porque as fotos não podem voltar
Porque o tempo que já passou
Jamais vai chegar
Sempre perguntei as verdades nas horas erradas
Mais sempre soube e sei
Qual a carta marcada, do jogo da vida
Mais, o que posso fazer se o passado jamais vai voltar
Algo que me machuca que me sacode que me faz chorar
Sei que as marcas do tempo
Levada pelos ventos
São momentos quaisquer
Mais, também sei que a verdade
Só é felicidade, quando tem o que quer.
(William Diniz)
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Nesse fosco baú de lembranças
Guardo acorrentada a minha esperança
Para que ela não mais me escape
Para que ela não se afunde nesse mar
Mar escuro, cheio de tubarões
Tubarões sem alma, comedores de corações!..
Por de baixo daquela pedra mágica
Ficam esmagadas as minhas risadas
Para que mesmo destruídas
Eu possa guardá-las
Guardá-las para o resto de minha jornada!..
Dentre aquele cardume de peixes dourados
Existem fagulhas de meu passado
Fagulhas intensas e tristes
Que me obrigaram a crescer e a esquecer,
Esquecer dos contos de fadas
Das pessoas que por mim foram amadas
E da inocência que me foi tirada!
Tudo que guardo neste baú é o que sou
O que já sonhei
É o que não consegui conquistar,
É o que ainda hei de amar (..)
(Débora Cristina Gallazzini)