(Estacas em Pedra que serviam para fazer ramadas para vinhas)
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No fio da faca eu afio meus medos
Enfio estacas, alicerço os segredos
Construo muros de seda tal qual camisola
E nos teus dedos minha alma rebola
Se sou brinquedo me guarda direito
Os meus defeitos, não conte a ninguém
Meu corpo suado, teu nome tatuado
Teu cheiro, cravado no meu misturado
São teus por direito, não dou a ninguém
E se por ventura, faltar a candura
Duvidar da pureza que em mim você tem
Procura ai dentro, meu nome gravado
Com o fio da faca, com o lado do corte
Antes da nossa morte, por acaso, por um triz
Você vai-me achar inteira, como ferida curada
Em forma de cicatriz.
(Márcia Cardoso da Silva Valente)