(Nome científico Zantedeschia é necessária alguma cautela com esta Flor, brancas ou de qualquer outra côr, por ser uma planta tóxica. No caso de haver contacto nos lábios ou língua, é comum haver irritação, inchaço, salivação abundante, dificuldade de engolir e respirar.)
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Flor em jarro, edredom e fé
Música em carro, som que faz maré
Cor da lua, tecto que faz pensar
Tudo quando diz que estás por ''perder tempo''. Será?
Esperas, elevador, bates pés em chão
Estes dois minutos poderiam ser até, a decisão
De um olhar que está ao lado esperando ou a calar
Um futuro que tu não estando, acaba de desperdiçar
Ganhastes uma carta, não mais a leste
Tocastes em rosa, nem sentes aroma
Só sentes espinhos, porque são destes
O presente que vislumbra o coma
Sem nada para fazer, foi o homem redigir
E descobriu mais um dom, que a pressa veio a retrair
E aquele a reclamar das horas que ainda faltariam
Perdeu a chance de cantar e descobrir que aplaudiriam
Ó, pois! Foi em um destes tempos sem tempo
Que peguei-me decalcando tua mão
Sentindo teu cheiro destempo
Vendo teu olhar em adjecção
Quando reparar a importância deste momento
Ou apenas, e até, a leveza do que pressuposto estava
Este será, então arquivo: Vento
Que passa, e apenas quando cessa mostra o que arrastava
Quando reconhecer o que quis dizer-me
Tu já terás ido
E só entenderei em uma destas perdas de tempo
O que terá partido
Pois colocar-me-ei a relembrar
Já que estarei ignorando horas ao recostar
A cabeça na cama, até ver que a luz queimou
E aprenderei a religar isto e aquilo que intimou
Só compreenderei disto, a intensidade
Quando estiver por esperar o elevador
E olhar ansiosa para o lado, e em verdade
Não enxergar a parede, e sim, o amor
E em uma manhã engarrafada
Tu lerás a carta esquecida
E perceberás que esta jornada
É das horas, exprimida
Então, não anseies no sinal vermelho
Que até que verde fique, tudo pode acontecer
Não fiques sentindo as dores de um joelho
Que nem ralou, e pode inda fortalecer
(Vanessa Brunt)