(Gaivota Planando em Vila do Conde)
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Saudades; é quando a voz tu não alcanças
E do peito o coração; arrancas
O dá a uma gaivota alada
Para que leva até sua amada...
E na volta traz o eco da voz embargada
Da princesa na torre trancada
Ansiando por seu carinho
Por seu calor no ninho
Saudade é a palavra entalada
Aquela paixão mal curada
O primeiro beijo da princesa encantada
O perfume da primeira namorada
Saudade é lágrima na face rolada
O lenço guardado onde foi enxugada
Aquela camisa do batom dela manchada
A fita da secretaria com a voz dela gravada
Saudade é aquela gaveta desarrumada
A camisola por ela largada
Os cabelos que ficaram no pente
A marca dos dedos no tubo de pasta de dente
Existe a saudade boa
De andar de mãos dadas na rua à toa
Da risada
Da pizza requentada
Saudade dos bons momentos
Do corpo em brasa, dos movimentos
Da saliva adocicada
Do suor, da pele salgada
Não, a saudade não é um tormento
É um reviver, este sentimento
A saudade é se fazer lembrar
De como é belo amar
(Cláudio de Andrade)