Quinta-feira, 31 de Outubro de 2013
Podemos julgar o coração de um Homem pela forma como ele trata os animais.
(Immanuel Kant)
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O Boi
Quando ainda no céu não se percebe a aurora,
E ainda está molhando as árvores o orvalho,
Sai pelo campo afora
O boi para o trabalho.
Com que calma obedece!
Caminha sem parar:
E o sol, quando aparece,
Já o encontra, robusto e manso, a trabalhar.
Forte e meigo animal! Que bondade serena
Tem na doce expressão da face resignada!
Nem se revolta, quando o lavrador, sem pena,
Para o instigar, lhe crava a ponta da aguilhada.
Cai-lhe de rijo o sol sobre o largo cachaço;
Zumbem moscas sobre ele, e picam-no sem dó;
Porém, indiferente às dores e ao cansaço,
Caminha o grande boi, numa nuvem de pó.
Lá vai pausadamente o grande boi marchando...
E, por ele puxado,
Larga e profundamente o solo retalhando,
Vai o possante arado.
Desce a noite. O luar fulgura sobre os campos.
Cessa a vida rural.
Há estrelas no céu. Na terra há pirilampos.
E o boi, para dormir, regressa ao seu curral...
(Olavo Bilac)
publicado por artedasao às 12:04
Quarta-feira, 30 de Outubro de 2013
(Igreja Nova da Trofa)
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Receita da Felicidade
O que une os corações,
além de muito amor,
que sempre à vida dá mais calor,
é muita compreensão,
respeito, consideração...
Uma boa dose de carinho,
pra não deixar ninguém falando sozinho...
E, prá terminar,
tem que saber muito bem amar...
mas saber amar, sem sufocar,
sem muito exigir, cobrar,
deixar pensar, realizar...
Amar com amor,
Isso tem que saber...
Enfim, saber viver,
E saber deixar viver...
Vale para amor, para amizade...
E também conta a sinceridade...
Assim, é um passo para a felicidade...
(Marcial Salaverry)
publicado por artedasao às 13:04
Terça-feira, 29 de Outubro de 2013
Caridade
Faz das mãos prato
Do corpo cobertor
De cada palavra
Um ato de amor.
(Karl Marx Valentim Santo)
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Bom dia: Desperte!
Beba logo uma xícara de sorrisos e,
Coma um prato de bom humor!
Tome um banho de alegria
Vista-se de esperança
Perfume-se com paciência
E estará pronto para enfrentar o dia!
(A. Higa)
publicado por artedasao às 12:06
Segunda-feira, 28 de Outubro de 2013
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O Pôr-do-Sol
Adoro ver o pôr-do-sol,
lá ao fundo no horizonte,
assim como um girassol,
para ele virado de fronte.
Adoro ver o sol no mar,
sentado na areia da praia,
é tão bom estar a admirar,
como ele na água desmaia.
É a mais bela das imagens
que um artista poderá criar,
o lusco-fusco nas margens,
a luz do sol reflectida no mar.
Adoro ver o céu avermelhado,
quando o sol está a desaparecer,
é coisa de que não fico cansado,
pois para sempre vai acontecer.
(José Couto)
publicado por artedasao às 12:05
Domingo, 27 de Outubro de 2013
(O meu último trabalho em Pintura "O Palheiro")
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Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma Pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio. E lembra-te: Tudo o que chega; chega sempre por alguma razão
(Fernando Pessoa)
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Nas Cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na Cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que nossos olhos nos podem dar
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver
(Alberto Caeiro)
publicado por artedasao às 12:39
Sábado, 26 de Outubro de 2013
Os poderosos podem matar uma, duas ou três Rosas, mas jamais conseguirão deter a Primavera inteira.
(Che Guevara)
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Rosas Vermelhas
Numa tarde maravilhosa
Tu vieste-me visitar
E nas mãos com um buquê de rosas
De presente a me ofertar
Um buquê de rosas vermelhas
Significado da paixão
A cor que simboliza o amor
E o sentimento de um coração
A rosa vermelha é a minha preferida
A Rosa vermelha... É pura paixão
E com ela nos cabelos meus é apenas sedução
Já que com rosas tu vieste
Com as pétalas delas me banharei
Esperando-te vestindo pétalas, apenas pétalas vestirei!!!
(Cláudia Ferreira de Souza)
publicado por artedasao às 10:34
Sexta-feira, 25 de Outubro de 2013
(Taças e lenços de seda pintados, sendo peças únicas visto nunca poderem sair iguais)
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Vai lá longe, na floresta,
Vai lá longe, na floresta,
Um som de sons a passar,
Como de gnomos em festa
Que não consegue durar...
É um som vago e distinto.
Parece que entre o arvoredo
Quando seu rumor é extinto
Nasce outro som em segredo.
Ilusão ou circunstância?
Nada? Quanto atesta, e o que há
Num som, é só distância
Ou o que nunca haverá.
(Fernando Pessoa)
publicado por artedasao às 10:22
Quinta-feira, 24 de Outubro de 2013
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O pato pateta pulou a caneca, bateu…
Os dois patos,
Na beira da lagoa,
Esperam migalhas de amor.
Amor puro,
Amor sincero,
Daqueles raros,
Que terminam sempre com um abraço.
Mas por enquanto querem os patos
se abraçar em um laço.
Os dois patos,
-Patetas,
-Palhaços,
Procurando por diversão,
Não sabem nem aonde irão,
Será a lua o destino,
Ou o sol tão sozinho?
Será ao mar violento,
Ou se jogarão ao vento?
Peças sem destino,
Girando como redemoinho,
No furacão do coração,
Que juntou esses dois sem noção.
-Só por zoarão.
Aonde irão meu Deus?
Aonde irão.
Irão voar para os céus.
Se não caírem no vão.
(QuáQuáQuáQuá!)
(CHEILA WIGGERS)
publicado por artedasao às 13:34
Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013
Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.
(Carlos Drummond de Andrade)
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Reflexão - Caixa de Surpresas
A vida, como uma caixa, nos é doada.
O que tem dentro, não sabemos nada.
Queremos abri-la, a mão parece atada.
Mas a quem nos concedeu, dizemos: obrigada.
Ela nos surpreende a todo o momento.
Às vezes, nos causa desalento,
em outras, encantamento.
Às vezes, nos transmite arrebatamento,
em outras, arrependimento.
Rico vira pobre,
pobre vira rico.
Hoje estamos tristes.
E como estaremos amanhã? Alegres?
E as surpresas vão surgindo,
uma a uma estão saindo.
Esperamos que as que vêm vindo,
deixem-nos, para sempre, sorrindo.
(Josete)
publicado por artedasao às 13:54
Terça-feira, 22 de Outubro de 2013
(Pôr-do-Sol em Vila do Conde)
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O Pôr-do-sol
Quando o Sol se despede
na linha do entardecer
é hora em que os poetas
começam a escrever
Impossível ficar indiferente
a este Astro de Luz
seus raios são envolventes
e ao poeta seduz
Sinto-me tão pequenina
diante a magnitude da aurora
que inspiração tão divina
desce em nós nesta hora
Ah. O pôr-do-sol, que belo
o mais belo momento do dia
no horizonte tudo amarelo
tanta luz, tanta poesia
Sinto a alma embriagada
bebendo toda esta Luz
ah! estou inspirada
pelo Sol que me seduz!
(Lucineia Magri & Poemas)
publicado por artedasao às 12:22
Segunda-feira, 21 de Outubro de 2013
(Prato Pintado a verde de notar que esta Técnica de Pintura são sempre peças únicas)
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Cada ano que se passa
Só confirma o início
Hoje atritamos taças
Comemorando o mútuo vício
O amor que se renova
É como o que não se acaba
Sempre brinda o começo
Num ciclo eterno para cada
Todos os dias comemoro
Por você estar comigo
Juro ser seu companheiro
Um amante e amado; amigo
Se isso te apetecer
Façamos sempre assim
Dou-te sempre meu amor
E você dá o seu pra, mim
(Ivan Lyra)
publicado por artedasao às 14:45
Domingo, 20 de Outubro de 2013
(Traseiras da Sé do Porto)
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Porto Sentido
Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
Vê um velho casario
Que se estende ate ao mar
Quem te vê ao vir da ponte
És cascata, são-joanina
Erigida sobre o monte
No meio da neblina.
Por ruelas e calçadas
Da Ribeira até à Foz
Por pedras sujas e gastas
E lampiões tristes e sós.
E esse teu ar grave e sério
Dum rosto e cantaria
Que nos oculta o mistério
Dessa luz bela e sombria
Ver-te assim abandonada
Nesse timbre pardacento
Nesse teu jeito fechado
De quem mói um sentimento
E é sempre a primeira vez
Em cada regresso a casa
Rever-te nessa altivez
De milhafre ferido na asa
(Carlos Tê)
publicado por artedasao às 13:57
Sábado, 19 de Outubro de 2013
Uma Árvore em flor fica despida no Outono. A beleza transforma-se em feiura, a juventude em velhice e o erro em virtude. Nada fica sempre igual e nada existe realmente. Portanto, as aparências e o vazio existem simultaneamente
(Dalai Lama)
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Árvore Rumorosa
Árvore rumorosa pedestal da sombra
sinal de intimidade decrescente
que a primavera veste pontualmente
e os olhos do poema de repente deslumbra
Receptáculo anónimo do espanto
capaz de encher aquele que direito à morte passa
e no ar da manhã inconsequente traça
e rasto desprendido do seu canto
Não há inverno rigoroso que te impeça
de rematar esse trabalho que começa
na primeira folha que nos braços te desponta
Explodiste de vida e és serenidade
e imprimes no coração mais fundo da cidade
a marca do princípio a que tudo remonta
(Ruy Belo)
publicado por artedasao às 11:24
Sexta-feira, 18 de Outubro de 2013
(Com esta Técnica de Pintura as peças são Únicas)
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Como Inútil Taça Cheia
Como inútil taça cheia
Que ninguém ergue da mesa,
Transborda de dor alheia
Meu coração sem tristeza.
Sonhos, de mágoa figura
Só para Ter que sentir
E assim não tem a amargura
Que se temeu a fingir.
Ficção num palco sem tábuas
Vestida de papel seda
Mima uma dança de mágoas
Para que nada suceda.
(Fernando Pessoa)
publicado por artedasao às 12:44
Quinta-feira, 17 de Outubro de 2013
O Amor é uma luz que não deixa escurecer a Vida.
(Camilo Castelo Branco)
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Lá muito ao longe… está a luz!
Eu já a vi!
E agora…
Procuro o caminho que a Ela conduz…
Mas afastai-vos, caridoso intento!
Saí da minha frente,
Gentes que ouvistes meu lamento!
Perdoai o meu tom brutal, irado…
… Mas eu não quero fazer o tema copiado!
Eu quero ir sozinha!
Consciente dos meus passos!
Ainda que gaste a vida em sofrimento…
Eu quero ir sozinha!...
Deixai-me passar!...
Deixai-me enganar e recomeçar…
Deixai-me ficar aos bocados pela estrada,
Deixai-me que procure em direcção errada,
Mas deixai-me ir sozinha!...
E se eu morrer antes de alcança-la,
A Luz saberá
Que eu gastei a vida a procurá-la!...
(Maria José Rijo)
publicado por artedasao às 12:03
Quarta-feira, 16 de Outubro de 2013
(Lagoa no Parque Natural da Serra da Estrela)
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A Estrela
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alto luzia?
E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.
(Manuel Bandeira)
publicado por artedasao às 13:33
Terça-feira, 15 de Outubro de 2013
(Jarrão em Barro Pintado e Craquelado)
Purifica o teu Coração antes de permitires que o Amor entre nele, pois até o Mel mais doce azeda num recipiente sujo.
(Pitagoras)
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A Esperança
A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.
Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?
Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a Crença de fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro - avança!
E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da Morte a me bradar; descansa!
(Augusto dos Anjos)
publicado por artedasao às 12:23
Segunda-feira, 14 de Outubro de 2013
Cada dia a Natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no Mundo e ninguém morreria de fome.(Mahatma Gandhi)
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Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
(Fernando Pessoa)
publicado por artedasao às 11:48
Domingo, 13 de Outubro de 2013
(Taças em vidro Pintado, que podem ser colocadas em quem encomendar)
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Duos...
Dois corpos, duas caras…
Duas taças, duas bebidas,
Dois pensares, dois olhares,
Duas visões, duas vidas...
Uma mão sobre a outra...
Uma presa, outra solta,
Uma chora, outra implora,
Uma pensa, outra se apavora...
Duas vidas, duas sinas...
Duas ruas, duas esquinas,
Duas aves: uma dócil outra de rapina,
Dois destinos, duas diferentes doutrinas…
Uma história, dois amores...
Uma vontade, dois vencedores,
Duas visões e muitos valores,
Dois desejos e muitas flores...
Fim do tempo, fim de linha,
Fio longo ou só uma pontinha,
Fim do reinado, do Rei e da Rainha,
Da imaginação, do que se pensava que tinha...
(Tarciso de Souza)
publicado por artedasao às 11:49
Sábado, 12 de Outubro de 2013
(Porta de Entrada para a Cidade Medieval em Óbidos)
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Ó B I D O S.
Quem por ti, Óbidos, passa,
Sente o fascínio do tempo,
Ao evocar a desgraça
Das guerras, cuja ameaça
Vinha nas vozes do vento.
Manténs cercadas de ameias
Ruas estreitas, vielas.
Mas o fluir das ideias
Que, sem fragor, incendeias,
Não cabem lá dentro delas.
Contam teus muros histórias
De sangue, heróis e pelejas,
De resistência, vitórias.
E, dessas tuas memórias,
Renasces, como desejas.
(Vítor Cintra)
publicado por artedasao às 11:05
Sexta-feira, 11 de Outubro de 2013
Caminhar com bom tempo, numa terra bonita, sem pressa, e ter por fim da caminhada um objectivo agradável: eis, de todas as maneiras de viver, aquela que mais me agrada.
(Jean-Jacques Rousseau)
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Caravelas
Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar! Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
Sou nesse mundo imenso a exilada.
Tanto tenho aprendido e não sei nada
E as torres de marfim que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!
Se eu sempre fui assim este Mar morto:
Mar sem marés, sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram!
Caravelas doiradas a bailar...
Aí quem me dera as que eu deitei ao Mar!
As que eu lancei à vida, e não voltaram!...
(Florbela Espanca)
publicado por artedasao às 12:09
Quinta-feira, 10 de Outubro de 2013
(Esculturas que homenageiam a classe oparária mais representativa do concelho de Vila do Conde no Largo dos Artistas em Vila do Conde, Escultor Manuel de Sousa Pereira)
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Eu Sou um Artista.
Eu sou um artista desconhecido
Que lança suas frases ao vento,
Que faz de sua vida um abrigo
A encarar as forças do tempo.
Eu sou um artista oprimido
Que caminha só com a alma
Tendo ao lado somente a sombra,
Papel e caneta e um pouco de calma.
Eu sou um artista completo
Da música, dos poemas, das noites de inverno
Que conta sua vida em textos, em versos,
Que some no alto do palco da minha ilusão.
Eu sou um artista verdadeiro
Escondido entre as nuvens nubladas
Que vive um eterno “conto de fadas”
A espera de um reconhecimento da plateia.
Eu sou um artista muito sincero
Que reconhece o que tenho e o que quero
No caminho escolhido pelo livre arbítrio
Esperando, quem sabe um dia...
Cumprimentar o público...
Extasiado pelos aplausos.
(Mário Pires)
publicado por artedasao às 18:15
Quarta-feira, 09 de Outubro de 2013
Qualquer coisa é bela se vista de uma forma diferente.
(Coco Chanel)
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Tomou-me vossa vista soberana
Aonde tinha as armas mais à mão,
Por mostrar que quem busca defensão
Contra esses belos olhos, que se engana.
Por ficar da vitória mais ufana,
Deixou-me armar primeiro da razão;
Cuidei de me salvar, mas foi em vão,
Que contra o Céu não vale defensa humana.
Mas porém, se vos tinha prometido
O vosso alto destino esta vitória,
Ser-vos tudo bem pouco está sabido.
Que posto que estivesse apercebido,
Não levais de vencer-me grande glória;
Maior, a levo eu de ser vencido.
(Luís de Camões)
publicado por artedasao às 12:11
Terça-feira, 08 de Outubro de 2013
(Pomba no Via Catarina no Porto)
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As Pombas
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... Mais outra... Enfim dezenas
De pombas, vão-se dos pombais, apenas
Raia, sanguínea e fresca, a madrugada...
E, à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo, elas serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações, onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais:
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles ao coração não voltam mais.
(Raimundo Correia)
publicado por artedasao às 11:40
Segunda-feira, 07 de Outubro de 2013
Arte de Pesca Artesanal
Muregonas; são armadilhas de forma esférica. As espécies capturadas são a choupa, a mucharra, a bica, e a ferreira.
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Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças, me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor, um mal que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem, não sei como, e dói, não sei porquê.
(Luís de Camões)
publicado por artedasao às 14:17